top of page
Foto do escritorArthur Andrade Tree

A história do modelo que hoje domina o mundo é a mesma dos criminosos do passado chamados pela história oficial de navegadores, conquistadores e colonizadores




O capitalismo foi "inventado" por ladroes, piratas, contraventores. Hoje o sistema está nas mãos dos mesmos ladrões, piratas e contraventores chamados elegantemente de sistema financeiro, grandes corporações e mundo civilizado.


Nem sempre a origem determina o destino. Mas no caso do capitalismo, sua origem é sua marca. O sistema é herança do feudalismo, época de concentração de riqueza e terras nas mãos de poucos. O resto era a população de servos e miseráveis. O capitalismo vem disso aí. Ao longo dos anos, deu umas pinceladas aqui e ali, novas maquiagens, fingiu libertar os servos para criar o trabalho escravo e os consumidores. Mas um detalhe se impôs como código fonte, o roubo. O DNA do capitalismo é o roubo.


A história do modelo que hoje domina o mundo é a mesma dos criminosos do passado chamados pela história oficial de navegadores, conquistadores e colonizadores. Os portugueses invadiram o Brasil no século XVI para saquear suas florestas, seus minerais, escravizar e matar seus nativos. Pedro Álvarez Cabral era um genocida.


Os espanhóis fizeram o mesmo com incas, maias, astecas; os saqueadores ingleses com nativos da América do Norte, os franceses com africanos, os holandeses, alemães, dinamarqueses, vikings, otomanos, ... Os saques a lugares desprotegidos enriqueceram todas as grandes nações saqueadoras, o primeiro mundo. Continuam destruindo e arrastando pro buraco a natureza.


Os alemães saquearam a África, levaram obras valiosas do Egito, limparam sarcófagos de faraós e aproveitaram as duas guerras para invadir museus e surrupiar milhares de obras de arte. A desfaçatês é tamanha que muitas dessas obras roubadas estão expostas em museus oficiais dos próprios saqueadores.


Marx chamou a apropriação indébita de "mais valia", que não passa de maquiagem para roubo. Seria complicado na época chamar a elite de ladra e criminosa, afinal Karl Marx era um respeitável estudioso formado em Bonn e Berlim.

Astutamente criou o termo "Mais valia", e o conceituou com palavreado rebuscado. Mais valia significa a imensa disparidade entre o trabalho realizado e a remuneração recebida. A pessoa trabalha 40 horas mas ganha o equivalente a duas. Os 38 são a mais valia, o lucro da empresa, ou seja, o roubo.


MAS SÓ UM PODE ROUBAR


A maior contradição do sistema são as leis criadas para conter justamente roubos, contravenções e outros crimes. O sistema que extorque não aceita concorrencia. Então os países formam juristas para defender o modelo feito na origem por ladrões.


Vez ou outra um figurão é retirado de cena porque extrapola, vira exemplo para a base. Essa retirada de cena é chamada de "combate à criminalidade". Retiram-se da sociedade os párias, os sem pedigree e os jogam nos presídios como lixos. Os com pedigree continuam como latifundiários, banqueiros, grandes empresários e até politicos.


A pergunta que não quer calar: como um sistema baseado na exploração, na expropriação, na contravenção pode ser justo e próspero para a maioria? E como pode sobreviver por tanto tempo? Apenas dez famílias detêm o poder financeiro no mundo habitado por oito bilhões de seres. Não há formas dessas famílias terem chegado ao topo da pirâmide sem roubar.


Os Rockfeller, no topo da lista, dominaram a exploração de petróleo nos EUA durante cinquenta anos. Ninguém se mantém nesse lugar por tanto tempo sem corrupção, extorsões, roubos e outros crimes. A natureza do sistema é bruta.


John Rockfeller se tornou o primeiro bilionário do mundo. Mas o mais rico do planeta não foi ele. Mansa Musa, imperador de Mali no século 14, dominou a maior produção de ouro da história, com uma fortuna estimada em R$15,2 trilhões, quinze vezes a de Elon Musk.


Musa chegou a fazer uma viagem de camelos no Saara com 60 mil homens, sendo doze mil escravos e servos. É quase a lotação do estádio do Morumbi, em São Paulo, caminhando nas areias numa fila de 100 km.


NÃO DESISTA!


O reino de Mali foi uma região de Gana, Africa. Os reis e nobres controlovam o povo com mãos de ferro, obrigando-os a pagar altos impostos. Por recusar se converter ao islamismo, Gana perdeu força abrindo espaço para o reino de Mali dominar o império.


Consta que Mansa Musa, em peregrinaçao a Meca, presenteou o povo com tanto ouro que fez o metal se desvalorizar durante dez anos. No século 15 os portugueses no seu processo de expansão marítima (pirataria) invadiram e saquearam Mali. A partir daí, a Europa vampirizou a Africa deixando-a a míngua.


A psicologia do capitalismo é tão bem feita que as pessoas acreditam nele como meta de vida. A competição é estimulada, o sucesso é virtude, a conquista é aplaudida, a derrota é desqualificada com o incentivo do "não desista" - don't give up. A tensão pela existência nesse modelo de ter coisas, possuir bens é brutal. A corda está sempre esticada. Não há corpo que resista a isso - os especialistas chamam de estresse. Há uma corrente que garante ter dois tipos de estresses: o bom e o ruim. O bom leva à produzir coisas. O ruim leva ao psiquiatra.


O estresse é o alimento do capitalismo, assim como a propaganda é sua bebida predileta. Certa vez trabalhei com propaganda, foi a época de maior estresse e das maiores remunerações. Enquanto eu ganhava mil contos, a agencia ganhava 20 milhões. A competição não era estimulada, era a razão de ser. Ninguém mandava competir, ser melhor que o outro era a propria adrenalina, melhor que orgasmo.


Passei pela experiência de mentir profissionalmente. Comecei a gostar de mentir, a me orgulhar das melhores mentiras, enganar os bestas, os consumidores. Entrei em crise, adoeci, gastei tudo em médicos e remédios.


O capitalismo tem alto preço. Todos que usufruem de roubos e explorações cedo ou tarde pagam um preço alto. Porque tudo gira em torno de preços e sua vida tem um preço, o tamanho do seu estresse.

Que futuro tem essa doença?


Posts recentes

Ver tudo

Commentaires

Noté 0 étoile sur 5.
Pas encore de note

Ajouter une note
bottom of page