A existência humana anda por um fio. O que nos mantém vivos é a esperança de que em algum lugar haverá paz. Não, não é algum lugar, é um único lugar: o estômago.
Sem o estômago pacificado, nada mais estará em paz. Nem o coração, nem a mente, nem a pele, nem a casa. Porque o mundo mermão, mirmã, é um rastilho ligado a milhões de bombas.
Comidas bombas, líquidos bombas, ares bombas, armas espalhadas por todos os cantos.
Outro dia o motorista do Uber perguntou se eu não tinha arma em casa. Claro que não, respondi. Ele fez tsc tsc, o senhor tá vacilando. Nem precisa dizer a preferência política desse rapaz, preto, uns 35 anos, óculos escuros, bermuda listrada e dirigindo descalço.
Às vezes penso que eu vivo em uma realidade paralela, e não eles. Fui assaltado uma vez em toda a vida. O pivete com uma navalha apontada levou uma correntinha de ouro falso. Ainda ofereci a chave do carro e ele recusou, "não sei dirigir". Já a polícia me abordou umas quatro vezes, por aí. Uma delas o policial nervoso botou a pistola a um metro da minha testa.
Voltando ao estômago, Napoleão Bonaparte pregava que a tropa marcha pelo estômago, uma boa refeição aumenta sua eficiência, ou seja, mata-se de barriga cheia, com mais alegria...e morre-se também. A tropa russa na Ucrânia come quilos de alimentos por dia. Cada soldado recebe bacon, patê, queijo enlatado, arroz com carne, molho de maçã, bolinhos de carne, bolachas, abobrinha... rapazzz!!
Os da Ucrânia recebem cookies, arroz com carne, cavedinha francesa, cereal típico, saquinhos de açúcar e de café.
A tropa norte-americana tem até bolo integral de amendoas, cranberries, cidra sem alcool, pasta de vegetais em molho picante de tomate, além de carnes e manteiga de amendoim. Barriga cheia para morrer e matar feliz da vida.
Já a tropa de Israel recebe comida vegetariana, falafel, pão pita, hummus...proibido bebidas alcoolicas. Os seus "oponentes" palestinos não têm exército, nem comida, nem água e são mortos famintos por vegetarianos bem alimentados.
A gente vive uma ilusão, há um mundo inimaginável rolando além das nossas bolhas. Porque você sabe, nossa vidinha é nossa bolha de segurança. No mais, estamos literalmente sentados nas incertezas. Bum, em 20 segundos tudo pode mudar.
ARMAS, INCENSOS E CARNAVAL
Os cinco países mais ricos do mundo são também os mais armados - Estados Unidos, Rússia, França, China e Alemanha. Os EUA tem orçamento anual de quase US$ 750 bilhões. A Rússia movimenta 80 bilhões de dólares, oficialmente.
O pais de Biden e Donald Trump vende armas para 103 outros países. Vende mais balas do que frangos. A Russia exporta para Egito, China, India, União Européia, Reino Unido, Japão, Bielorrúsia e dentre tantos outros, os próprios Estados Unidos. A religiosa Índia, país dos incensos de massala, dos gurus e dos miseráveis no Ganges, movimenta 70 bilhões de dólares em armas por ano.
Agora caia pra trás. O Brasil é forte parceiro dos EUA no item armamentos. Na América do Sul, é o maior produtor. Lidera as exportações de armas e munições no continente há oito anos seguidos, com mais de 400 milhões de dólares anuais. Grande exportador de armas é também o maior importador de agrotóxicos, ou seja, bombas para o subsolo. País pacífico, terra do futebol, do carnaval, dos feriados religiosos, onde não há vulcões nem terremotos é um barril de pólvora. Se não for esse barril estará vulnerável, é o argumento.
É a mesma lógica daquele motorista do Uber que tem arma em casa mas dirige descalço.
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