Somos repetitivos, pouco criativos e seguimos os mesmos ridículos padrões com pequenas variações. O cara do uber demonstrou o quanto nossos comportamentos se repetem. Daqui em diante ele fala.
Pego o carro nos sabados a partir das 11h porque as pessoas dessa área nobre vão ao shopping center. Elas saem de casa porque cansam, enchem o saco e comprar acalma, ne?
Prefiro fazer corridas pequenas, R$10, R$ 15 porque economizo combustivel e ganho em escala. Corridas longas de R$ 50 ou mais parecem vantajosas mas nao sao. Muitas vezes volto vazio, perco tempo e dinheiro. O cara que vende cochinha, sacou? Ganha em escala.
Então a pessoa que foi ao shopping vai voltar, já sei até a hora. A tarde vai encontrar amigos ou namorada, pegar uma tela, ver por do sol. A noite tem barzinho, a balada, tem o restaurante, tem a visita a familia, e se tem carro, não quer dirigir, estacionar, correr riscos, pra que? Chama o aplicativo.
Até 21h tem esse fluxo de pessoas mais velhas. Depois é a turma jovem. A galera. entra no carro feliz, altos papos, varios planos. Comentam de fulano que não quis sair e dão uma estocada “babaca”!
Meia noite eu recolho.
No domingo tem o almoço da familia, da namorada, do amante, levo a partir das 10h e entre 17h e 21h sei que vão voltar. Aumenta o fluxo nesse período. A noite tem mais restaurante, cinema, teatro. O fluxo é constante até 23h quando quem foi retorna.
Péssimo é quando pega congestionamento mas aí a gente apela pro emocional. Faz um teatrinho, muxoxos, gestos até o passageiro se tocar. Eles sempre dizem o mesmo: “Tá ruim, né? Cidade tá impraticavel, mas se preocupe não”. Ai já sei que vai rolar um acrescimo. E rola. Parece que doi na consciência e pingam cinco reais a mais. Não falha, amigo!
A essa altura eu já era até amigo… e calado no banco de traz me sentia um mané. A gente é mesmo essa bosta repetitiva e igual umas das outras? Kacete!
Então arrisquei perguntar. Velho vc estuda o que?
“Sou formado em contabilidade e estudo psicologia.”
Ah!
Chegamos!
Valeu!
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